Esta segunda coleção tem um duplo movimento, cujas naturezas não são necessariamente distintas – da ação afirmativa e do afrofuturismo. O primeiro, da ação afirmativa, tem a ver com o encontro entre a antropóloga e professora da UNEB (também Coordenadora do Grupo de Pesquisa Enlace) com o jovem negro, designer de jogos digitais, egresso da Universidade do Estado da Bahia e do Colégio Estadual Monte Gordo, filho e neto de mulheres fazedoras de cocada – ele próprio vendedor de cocada desde a sua tenra infância. O encontro, que fora promovido pela professora do colégio e pesquisadora do Grupo Enlace, foi responsável pelo imaginar e pelo criar o primeiro esboço do roteiro para o potencial criativo e conceitual de um jogo digital que expressasse a cadeia de produção do saber-fazer da cocada da comunidade de Coqueiros, em Monte Gordo.

        O outro movimento singular, nomeado de afrofuturismo, neste contexto especificamente, tem a ver com a possibilidade de transformar a linguagem analógica, inerente aos saberes e fazeres tradicionais, em linguagem digital. O executor de tal movimento, que supera camadas sociais sobrepostas, é o próprio jovem que é próprio e apropriado de ambas as linguagens.

      Os registros fotográficos, como processos, irão nos apresentar como o jovem designer, inicia seu processo de criação e envolvimento entre o saber fazer da cocada e o saber fazer do jogo digital.