As galerias são territórios ocupados por registros fotográficos. Tais registros não são meramente efeitos congelados dos saberes e fazeres da nossa gente, mas sim, o movimento de seguir e, se cair, já sabemos “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima…”

As duas primeiras galerias dizem respeito à feitura da cocada pelas mulheres de Coqueiros, no Distrito de Monte Gordo (Camaçari-BA). O trabalho dessas mulheres pode ser valorizado como um saber-fazer tradicional e ancestral que colabora com o desenvolvimento local.

O coco, fruto do coqueiro, é originário da Ásia e foi introduzido no Brasil pelos portugueses no Século XVI (SOBRAL, 2017). O fruto é muito utilizado como fonte de alimento (sólido e líquido) e ainda tem uma variedade de outras utilidades, com destaque para a produção de fibras para a indústria e matéria-prima para o segmento artístico-artesanal.

Para além da materialidade da cocada, o investimento no jogo digital pelo Grupo de Pesquisa Enlace (UNEB) ocorre de forma genuína, uma vez que o jovem que se ocupa de desenvolvê-lo possui pertencimento territorial, sendo filho e neto de uma destas cocadeiras. Os interesses são voltados para o desenvolvimento local e sustentável em territórios onde a universidade está atenta à criação de ecossistema com atores e atrizes locais (escolas, associações culturais, coletivos sociais e demais segmentos da comunidade) destacando o paradigma da responsabilidade partilhada sob a égide da ética do ubuntu e do bem-viver. Para tanto, envolvidas em nossas práticas, estão a justiça restaurativa e a conexão com as pessoas e a natureza.